SEMENTE
Persistente o ar abafado da solidão.
Não da solidão em que faltam presenças...
A em que faltam desejos, motivos , cores ou dores.
Nada dói, nada sufoca, nada prende,
Nada canta, nada espera, nada liberta.
Está desenhada a porta aberta.
Em caminho livre e povoado,
Ando multiplicada de pausas,
Corro dividida em certezas,
Sonho habitada por ausências.
Ajoelho no degrau partido,
Silencio no vácuo planejado,
Canto no som desafinado,
Vivo no tempo que por si morreu.
Para viver... um sopro do passado,
Para morrer...um engano do presente,
Para aqui estar...um esquecer delicado,
Para desaparecer... aceitar que se mente.