À ESPERA DE UM SIM!
Vejo-te esquálida,
desidratando-se em infecundas paixões.
Famélica,
desnutrida de regressos.
Esperas em vão
a luz que aquela lua
não mais te dedicas
no teu firmamento.
Enquanto eu
aguardo ansioso
para oferecer-me em constelações.
Vem!
Apressa-te!
O tempo impacienta-se
com os retardos do amar.
Sua fronte esgueira-se
tentando adiar a desilusão,
mas seu ventre
dolorosamente germina
a semente da resignação.
Não tentes impedir
o giro dos ponteiros
quando toda a circunferência
já desenhou a órbita
de um abandono.
Em vez disso,
levantas teu olhar
e emerges da lágrima
que te afoga
para ver que na superfície
existe um outro alguém
que anseia pelo resgate
do naufrágio do teu coração
e de tudo mais
que um novo amor
possa em ti
ressuscitar.