SEM TINTA E PINCEL

SEM TINTA E PINCEL

Todos os dias são hoje,
Se ainda estamos vivos,
Mesmo quando já se foge,
De tudo que faz ou é dito.

Serei só as vãs intenções,
Ou apenas vernáculo solto,
Se não há mais emoções,
Em um corpo quase morto.

São presentes do tempo,
Ou sinais das mutações,
Que encerram cada evento,
Através das dimensões.

Mas logo esvai-se a vida,
Pois se vão as alegrias,
Quando um réquiem convida,
Como uma jusante na baía.

É assim que somos cortina,
Junto a tudo e algo mais,
Mesmo sem ter mais anilina,
Ao pintar um quadro no cais.

Sem pincel ou uma brocha,
Nem parede para ser tela,
Vendo o Céu entre as rochas,
Quando tudo se encerra.

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