REMATE
Sob a terra,
como raiz me movo.
Dentro em mim, a alma erra,
o corpo nada em ondas,
o coração flutua.
Rir, em desespero,
dissolve meu peito.
Calo em meus lábios
a frase pronta,
a palavra vazia,
a tarde nublada ,
a sentença do dia.
O ano acaba,
o tempo ignora.
Meu corpo não sabe onde mora,
meu espírito comemora.
Em raiz, ignoro o tempo, a terra e quem erra.
Busco o ar ardido,
Desenho do que meu sonho fora tecido
Afinal em meu sorriso banal.