ROCHEDO NO ABISMO

ROCHEDO NO ABISMO

Havia um rochedo no meio do mar,
Distante de tudo, mas perto de mim,
Aonde me escondia e via o quasar,
Que tudo engolia no Cosmo sem fim.

E logo eu vi estar mais perto,
Do atol que me guarda do vento,
Cercado do abismo incerto,
Enquanto o Sol eu contemplo.

Foi nesse repente abissal,
Que as fendas do mar geram gases,
E esses dedos de rocha ou cristal,
Servem como repouso das aves.

É assim que chegam as gaivotas,
E revoa um feliz albatroz,
Ou descansam milhares de focas,
Que fugiram da orca feroz.

Ali eu repouso meus corpo,
Num sonho que vem e que passa,
Entre as morsas e ainda absorto,
Tendo a vida repleta de graça.

Só então sou verdade e mistério,
Sou coringa num jogo de cartas,
Sem a paz de um frio monastério,
Mas desnudo no meio da praça.

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