A POESIA ACABOU DE MORRER
E vou...passo a passo.
Linha a linha...letra a letra.
Confusões. Vogais e consoantes
em estado de litígio.
Agressões...virgulas estrangulando pontos...
Parágrafos inteiros destruídos...
Métricas, lógicas...semânticas...
figuras femininas abatidas.
Aposto, verbos, sinônimos...todos
se digladiando...
Êpa..Ôpa...Êpa...que se passa?
Particípios não me ouvem.
Passado...presente...futuro...tanto faz.
Uma guerra entre letras...
O Fernando se foi, brada uma!
Hastear Bandeira a meio-pau!
Cadê a Cecília?
Chama o Romanceiro pra dar um jeito!
O Taiguara, o Poetinha, o Gullar!
Onde se meteu o Drummond?
Substantivos assumem a ponta.
Guerra é guerra, bradou exclamação!
Valha-me Deus, piou Augusto dos Anjos.
Hastear Bandeira a meio-pau!
Hastear Bandeira a meio-pau!
A poesia acabou de morrer.