Sorriso
Sorriso
Tudo começou com um sorriso, um maldito sorriso.
Uma risada alta que assusta os pássaros,
Somado a um rosto envelhecido por experiências recentes, que não deixaram marcas além daquelas que estão escondidas dentro dos olhos.
Tem pose, tem classe, a sua própria maneira, uma não-velhice matreira.
Encarregada de se sustentar com só um olhar.
Uma vontade de renascer inerente, de tentar ser diferente, de viver intensamente,
Um desejo abissal, sempre a procura daquilo que a faça contente.
Quantas histórias não começam assim?
Quantas pessoas você conhece que não se encaixam assim?
Uma, duas, três, uma centena, trancafiadas dentro de um salão,
Se tornando uma, se tornando três vezes três, a filha, a mãe, a avó.
Seguindo num turbilhão, carregando mais histórias do que o tempo pode contar.
Saúde eu grito, num brinde carregado de memórias inesquecíveis.
Soltando tudo entre sorrisos, numa palavra indiscreta, num sorriso de pateta,
Respiro um ar novo, levemente adocicado, amadeirado,
No qual tudo se “reseta”, se reinicia,
Num sorriso, aquele maldito sorriso.