MINHA VILA, MINHA VIDA!

A minha vila dorme boêmia,

bebericando goles de lua e estrelas;

acorda sonolenta,

em passos arrastados

de uma paz

do tamanho infinito

da sua gente.

O tempo parece

querer sempre

esticar seu adormecer

no leito que a ventura

calçou em cada pedra do caminho.

Para que acordar tão cedo?

Tudo já é tão perfeito!

Deixe-o sonhar,

a sua eternidade,

pois essa é o espelho do lar

e que vemos refletido por lá.

Minha vila

cultiva o silêncio

nos canteiros das casas,

nas flores regadas

em gotas de serena quietude.

Seu povo

é fruto e semente,

da expressão das almas extra-muros

que anseiam também

por uma vida plena

na concepção,

na gestação

do melhor

de cada desejo.

Minha vila não se encerra,

tampouco principia.

Ela é o contínuo processo

inacabado de um lugar,

que na falta de um nome

mais apropriado,

contentou-se em ser chamada

de paraíso.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 27/11/2020
Código do texto: T7122167
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