DESPERTADOR DE ALMAS

Eras tu

que nas madrugadas sombrias

espanavas os escuros

e num grito pontiagudo

rasgavas os ecos,

para trazeres de volta as alegrias.

Esticavas o brilho das estrelas

para mais perto dos opacos olhos,

derramando esperanças

em presságios de reluzentes amanhãs.

Eras tu,

que conduzias o punhal da pena,

e na lâmina afiada dos versos

laceravas toda a tristeza.

E quando tudo

ainda parecia insuficiente,

davas de viver

a todas as coisas

para que pudessem

despertar as almas

que dormiam em

desavisado breu.

E assim,

foste esculpindo

novos raios

trazendo-nos a sensação

de que todo o sol

seria pouco para iluminar as alvíssaras

que deixaras fecundando no útero

do próximo amanhecer.

©️ Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 21/11/2020
Código do texto: T7116773
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