DESPERTADOR DE ALMAS
Eras tu
que nas madrugadas sombrias
espanavas os escuros
e num grito pontiagudo
rasgavas os ecos,
para trazeres de volta as alegrias.
Esticavas o brilho das estrelas
para mais perto dos opacos olhos,
derramando esperanças
em presságios de reluzentes amanhãs.
Eras tu,
que conduzias o punhal da pena,
e na lâmina afiada dos versos
laceravas toda a tristeza.
E quando tudo
ainda parecia insuficiente,
davas de viver
a todas as coisas
para que pudessem
despertar as almas
que dormiam em
desavisado breu.
E assim,
foste esculpindo
novos raios
trazendo-nos a sensação
de que todo o sol
seria pouco para iluminar as alvíssaras
que deixaras fecundando no útero
do próximo amanhecer.
©️ Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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