O QUE SOU
Me visto
do que mais belo eu trago
Me dispo
dos pecados que confesso.
Pelo que trago
eu me entrego,
o que confesso,
eu me despeço
e do despojo
não mais me trajo
do velho bojo
me desnudo
me faço andrajo
no que mudo
eu me refaço
não sou mais mudo,
sou mais que mundo
sou aquilo que não calo,
e também o que não falo,
mas guardo ruidoso
no silêncio dum abraço
ou de um outro jeito,
no grito do seu beijo.
Me componho
com a vestimenta
do alvorecer
mas eu sonho
em vestir o manto
do seu querer
Com os versos que
na cama
na alma,
na calma
do desassossego
irei escrever.
©️ Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
Direitos Reservados