OS FARÓIS DE CADA NOITE E DE CADA DIA

Do alto da colina

se avistava um clarão

a guiar os homens,

conduzindo seus barcos

ao encontro dos abraços,

à caminho do coração.

Quantas viagens sofridas,

regressos embrulhados,

em papéis de aflição e cruz,

a espera de um laço de luz?

A esperança

se tingia com as cores

brilhantes

dos espelhos,

do amplexo,

pelo esperar,

no reflexo

daquele olhar.

O amanhã

se agasalhava de luminescência

em cada rochedo evitado,

em cada rota corrigida,

em cada frustração de uma partida,

na chegada garantida:

simples legado da sobrevivência.

Assim,

homem e farol

iam sobrevivendo,

e coexistindo

em seus paradoxos:

enquanto um se valia das trevas

para existir,

outro se lançava na escuridão

à procura de suas luzes,

para da morte,

todas elas,

se evadir.

©️ Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 13/11/2020
Código do texto: T7110787
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