OS FARÓIS DE CADA NOITE E DE CADA DIA
Do alto da colina
se avistava um clarão
a guiar os homens,
conduzindo seus barcos
ao encontro dos abraços,
à caminho do coração.
Quantas viagens sofridas,
regressos embrulhados,
em papéis de aflição e cruz,
a espera de um laço de luz?
A esperança
se tingia com as cores
brilhantes
dos espelhos,
do amplexo,
pelo esperar,
no reflexo
daquele olhar.
O amanhã
se agasalhava de luminescência
em cada rochedo evitado,
em cada rota corrigida,
em cada frustração de uma partida,
na chegada garantida:
simples legado da sobrevivência.
Assim,
homem e farol
iam sobrevivendo,
e coexistindo
em seus paradoxos:
enquanto um se valia das trevas
para existir,
outro se lançava na escuridão
à procura de suas luzes,
para da morte,
todas elas,
se evadir.
©️ Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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