SÓ O SOL!

A tardança

das chuvas,

eterna

procrastinação,

que violenta

o solo infecundo

que o sol dedica

neste seu mundo

assídua devoção,

também forja

os bravos

nas batalhas

da fé e da oração,

nas mortalhas

da morte no torrão,

sob sua aflição

ou algo pior,

na árida caminhada,

pelo calvário

do grito da enxada,

carente de gotas

além do suor,

que lhe tem o chão

destinatário.

O céu nunca foi tão azul,

pintado com os matizes,

um mesmo tom de dor,

os momentos tão tristes

um destino que lhe é cru,

se o santo existe,

onde está o seu andor?

Na inclemente

pintura,

o ser tão ferido,

o sertão sofrido,

amargura,

há sede,

a seca

assola,

há sol lá,

tão só!

Há o sol,

só o sol!

©️ Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 07/11/2020
Código do texto: T7106255
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