MIRA
Boa noite, bom dia.
Se a porta fechada se abre na hora,
brilhe o momento.
Se houver azul, talvez manhã;
Se houver marrom, talvez montanhas.
Se houver chagas, talvez ousadias.
Que pouco haja, só pensamentos pulverizados,
certeza de ter alcançado o fim dos erros
ou notas de,
por sorte,
por estar sem o acabado,
por não temer a morte,
ter acertado.
Ou, simplesmente,
por ser forte,
abandonar a rima,
submeter a lida
ao inevitável corte,
e sorver em partes
a doce vida
que fala pelo assim,
pelo agora.
E adeus,
cantando em mim,
o ardor da arte,
o fechado sono,
o calor do sim,
o aconchego do abandono