MIRA

Boa noite, bom dia.

Se a porta fechada se abre na hora,

brilhe o momento.

Se houver azul, talvez manhã;

Se houver marrom, talvez montanhas.

Se houver chagas, talvez ousadias.

Que pouco haja, só pensamentos pulverizados,

certeza de ter alcançado o fim dos erros

ou notas de,

por sorte,

por estar sem o acabado,

por não temer a morte,

ter acertado.

Ou, simplesmente,

por ser forte,

abandonar a rima,

submeter a lida

ao inevitável corte,

e sorver em partes

a doce vida

que fala pelo assim,

pelo agora.

E adeus,

cantando em mim,

o ardor da arte,

o fechado sono,

o calor do sim,

o aconchego do abandono

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 05/11/2020
Reeditado em 20/11/2020
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