Christopher Marlowe. A Trágica História do Doutor Fausto, Prólogo

Original:

The Tragical History of Doctor Faustus

Prologue

Enter Chorus.

CHORUS

Not marching now in fields of Trasimene

Where Mars did mate the Carthaginians,

Nor sporting in the dalliance of love,

In courts of kings where state is overturned,

Nor in the pomp of proud audacious deeds,

Intends our Muse to vaunt her heavenly verse.

Only this, gentleman: we must perform,

The form of Faustus’ fortunes, good or bad.

To patient judgments we appeal our plaud,

And speak for Faustus in his infancy.

Now is he born, his parents base of stock,

In Germany, within a town called Rhode.

Of riper years, to Wittenberg he went,

Whereas his kinsmen chiefly brought him up.

So soon he profits in divinity,

The fruitful plot of scholarism graced,

That shortly he was graced with doctor’s name,

Excelling all whose sweet delight disputes

In heavenly matters of theology;

Till swoll’n with cunning, of a self-conceit,

His waxen wings did mount above his reach,

And melting heavens conspired his overthrow.

For, falling to a devilish exercise,

And glutted more with learning’s golden gifts,

He surfeits upon cursed necromancy.

Nothing so sweet as magic is to him,

Which he prefers before his chiefest bliss,

And this the man that in his study sits.

Tradução minha:

A Trágica História do Doutor Fausto

Prólogo

Entra o Coro.

CORO

Do entorno em Trasimeno não há marchas

(Lá, Marte, aos de Cartago deu vitória);

Tampouco os jogos lúdicos do amor

Nas cortes de tiranos impotentes;

Tampouco a pompa de orgulhosa argúcia;

A Musa quer dar voz a um novo intento.

Somente, meus senhores, mostraremos:

De Fausto o fado, se feliz ou fúnebre.

Aplausos apelamos, e paciência:

De sua infância um pouco falaremos.

Nascido está, família e pais humildes

(De Roda são, cidade da Alemanha).

Já tendo maturado, a Vitemberga

Foi, onde seus parentes o cuidaram.

Veloz perícia obtém em teologia

(Frutífera perícia entre o que aprende),

Que atende em pouco tempo por doutor,

Pois todas as querelas ele vence

(Divina é a verdade teológica);

Até que, com artimanha, envaideceu-se.

Qual Ícaro, passando além de seus

Limites e caindo de arrogância.

Pois, seduzido às artes demoníacas,

E farto dos dourados dons de sábio,

Farta-se agora com a maldita néquia.

Nada a ele é mais doce que a magia,

Prefere-a até mesmo à beatitude:

Eis o homem que estuda, concentrado.

Alexandre Ziani de Borba
Enviado por Alexandre Ziani de Borba em 28/10/2020
Reeditado em 25/11/2020
Código do texto: T7098390
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.