SEM DORMIR

Que amor é renda na juventude,

Que amar se dilui em calma dor,

Que o querer resiste em cada cor,

Que o fim acena e a ninguém ilude,

Desenha-se na tarde em quietude

Por estar em cada nota o calor,

Por ser em cada canto se assim for,

A felicidade simples que pude.

Mas o ocaso cede lugar à noite

Que, brilhando, esconde negros pontos,

Que em sombras carrega o açoite,

Assim, ansiando por uma nova hora,

Assim, tecendo a dor de um novo conto,

Vai longe, rindo , esgarnecendo o agora!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 25/10/2020
Reeditado em 10/08/2021
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