LEITORA DE SONHOS
Ela costumava mergulhar avidamente
nas águas literárias,
e como uma escafandrista,
lançar-se nos pélagos da imaginação.
Mas de tanto galgar as profundezas,
faltava-lhe o derradeiro fôlego,
e ela naufragava nos mares do adormecer.
Quando o sol levantava suas pálpebras,
ela acordava feliz e grata
aos seus generosos livros.
Eles, comovidos com tamanha devoção,
transportavam as linhas não lidas
para as páginas do seu sonhar.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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