RUA
A rua é pequena
Meus passos largos perturbam a medida
E a geometria se revolta.
Mas, sei, nada volta!
Vou e, em frente, segue o mundo.
O mundo caberá nessa rua estreita?
O mundo será abraçado nesse canal de passos?
O caminho, prestes a acabar,
Desenha rumos,
Canta cantos,
Desenha desvios,
Grita silêncios...
Apago meu desenho e,
Sem receios, puxo a coberta,
Navego no deserto.
Sol a pino,
O ar, a areia polvilhada
Cantam o perverso hino!