ENTÃO SOU ATÉ LOGO

ENTÃO SOU ATÉ LOGO

Chegava a minha tarde,
Num triste carnaval,
Sem ter quem me aguarde,
Por não ter capital.

Desempregado estou,
Igual a um animal,
Que não mais lutou,
Pois ser caça é o final.

E o rio que passou,
Tiete não tem mais,
Pois Tietê sangrou,
Infectando o cais.

E agora, meu Sinhô,
Nem posso lamentar,
Se o sonho que ficou,
Impede o meu rimar.

Sangrando pelas noites,
Pois logo entardeceu,
Imolando com açoites,
O verso que era eu.

E só me desespero,
Diante dos ateus,
Qual pasta sem tempero,
Deixando o meu adeus.

Então sou até logo,
Ou até nunca mais,
E tudo tem um prólogo,
Mas no fim quero mais.

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