Cavaleiro de luz
Das trevas, rei
A dor, sua exclusiva lei.
Por onde andei
As cinzas encontrei.
Fogueira ardia,
Soava o amargor.
Negra era luz,
O olhar vendia horror!
Dançante estalo
Rugidos de metal,
Cortados os ventos,
Dali, um memorial.
Flechas no flanco,
Voz, atenue o mal
Recobre a força,
A luta é infernal!
Visão do caos
Se é frio, não há bem.
Caminha só,
Não conheçe ninguém.
Longe de si,
O luto tem sua grei,
Estreita noite,
Curta é a altivez.
Sombras nas almas
Serenidade em pó,
Pouco reage,
Quem por si nutre dó.
Se as chamas chegam
Desatar esse nó,
Não mais me cabe
Me ir, é mal menor.
Sigam quem queiram
É vosso o porvir
Se há esperar
Não a verei aqui.
Bravo cavaleiro, outrora com medo,
Venceu um antigo demônio infernal.
Dó pó ressurgido vestido de luz
Anima, consola, corrige e conduz.