SOLITUDE E PATUSCADA

SOLITUDE E PATUSCADA

Comemore todo dia,
Sua efusiva patuscada,
Mas que seja pelo dia,
Pois a noite é mascarada.

Solenize a fidalguia,
Na barrica já molhada,
Pelo vinho e a letargia,
Que o enol deixa por nada.

Vá moendo em gritaria,
Mas com a sola bem lavada,
Toda uva que eu colhia,
Antes de uma invernada.

Pois a solidão me guia,
Como a tela bambochata,
Na ressaca que ardia,
Pela sede que me mata.

Soledade é como azia,
Queimando tudo que acha,
Empachando a fantasia,
Que guardei, mas já é traça.

E o conflito continua,
Frente à lua ou o sol,
Me deixando a alma nua,
E a solitude de um paiol.