CORACIONAL
O coração feral é o martelo do sangue,
Obsessivo pulsa ânsias e anseios doridos
Soa batuque soturno,
Tantãs a troar no escuro.
Vibrai vossa marreta, ó britador feroz
Que o medo passou, indagora
Na leva de um vulto algoz
Honra a quem enleado te namora.
Só não merece de ti nenhum sofrimento
Que morra na escuridão,
Os rudes traços
Dessa fênix de cimento.
Que não soe, depois de martelar
Cinzéis de sofrimento,
Os sinos de dobres macilentos.
Apenas o cicio das asas do pensamento...
Dinamita que o sangue jorra quente
Arfa e palpita delicadamente
Deixa no mármore frio,
Nódoas púrpuras e sombras.
Meu coração já fragmento coagulado
Meu corpo a triste dejeção da sorte
Meus desejos - lucros do passado...
Fibrila, nem feliz ou triste
Caminha garganta acima
Imita o coração, insiste.
Tácito