CORACIONAL

O coração feral é o martelo do sangue,

Obsessivo pulsa ânsias e anseios doridos

Soa batuque soturno,

Tantãs a troar no escuro.

Vibrai vossa marreta, ó britador feroz

Que o medo passou, indagora

Na leva de um vulto algoz

Honra a quem enleado te namora.

Só não merece de ti nenhum sofrimento

Que morra na escuridão,

Os rudes traços

Dessa fênix de cimento.

Que não soe, depois de martelar

Cinzéis de sofrimento,

Os sinos de dobres macilentos.

Apenas o cicio das asas do pensamento...

Dinamita que o sangue jorra quente

Arfa e palpita delicadamente

Deixa no mármore frio,

Nódoas púrpuras e sombras.

Meu coração já fragmento coagulado

Meu corpo a triste dejeção da sorte

Meus desejos - lucros do passado...

Fibrila, nem feliz ou triste

Caminha garganta acima

Imita o coração, insiste.

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 16/07/2020
Reeditado em 16/07/2020
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