EMBLEMAS DO TEMPO

EMBLEMAS DO TEMPO

É certo que não mais penso,
Quando se vai meu juízo,
Pois já dormitam os neurônios,
Bem diante do hospício.

E as portas que antevejo,
Nem sei se mais abrem,
Pois só vejo o medo,
Comer minha carne.

Se esvaem minhas vidas,
Levadas ao vento,
No estorvo das lidas,
Se escondendo no tempo.

E naquele convento,
Sobre as montanhas,
Há um Tibet friorento,
Me rasgando as entranhas.

Se o lince do gelo,
Lá me vê ou encontra,
E me lacra seu selo,
Com a carta do mantra.

Enquanto as melodias,
Eu ouço no vento,
No eco das vias,
Que traz o advento.

De todos que foram,
Emblemas ou estética,
Mostrando que vigoram,
Além de uma métrica.

Pois os ensinamentos,
Que dão luz e conforto,
Vão além dos tempos,
E me deixam absorto.

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