DO PASSADO AO AMANHÃ

Venho de minha infância:

O pão e o leite à porta,

A laranja e qualquer fruta às dúzias,

Tamarindos pendendo nas árvores,

E mamonas, chuchus, buchas

Crescendo nas cercas, no solo sem dono.

A escrita - porta para o livre, para o outro mundo.

O estar entre livros abertos, salvadores,

Para entender cores e dores.

Tanto do tanto considerado,

nada abandonado.

Tudo do tudo respirado.

E estou aqui, desenho do que sinto,

O que acho perceber,

O que nem sei,

Se algum dia, por merecer,

Tive ou terei.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 08/07/2020
Reeditado em 18/06/2021
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