DO PASSADO AO AMANHÃ
Venho de minha infância:
O pão e o leite à porta,
A laranja e qualquer fruta às dúzias,
Tamarindos pendendo nas árvores,
E mamonas, chuchus, buchas
Crescendo nas cercas, no solo sem dono.
A escrita - porta para o livre, para o outro mundo.
O estar entre livros abertos, salvadores,
Para entender cores e dores.
Tanto do tanto considerado,
nada abandonado.
Tudo do tudo respirado.
E estou aqui, desenho do que sinto,
O que acho perceber,
O que nem sei,
Se algum dia, por merecer,
Tive ou terei.