EU AGUENTO!
Ficar ao teu sol,
ao teu sul,
sombra de todo o teu mal.
Satélite que não pode encostar
em tuas costas, causa para as
encostas de tuas ameaças.
traço vezos de esperança,
mas me afasta o teu desprezo.
Insisto em ficar
onde estejam
os teus cheiros,
os teus beijos,os
de teus ares malfazejos
ou aqueles que escapam
passando esculacho,
deixando-me de moral baixo.
Aguentarei qualquer indiferença,
Tapas de tuas indelicadezas.
Mastigarei, engolirei
cobras e lagartos,
todo silêncio
para não magoar
as tuas valentias.
Puxarei as flechas desferidas
sem soltar o menor ruído de dor.
Quanto mais me atropeles,
me desprezes, abuses,
mais insistirei em ser de teu uso.
Faze açougue de minhas carnes,
de meus disparos de anseios
e não deixarei de ser escudo
para acolher teus açoites.
Tácito