EU AGUENTO!

Ficar ao teu sol,

ao teu sul,

sombra de todo o teu mal.

Satélite que não pode encostar

em tuas costas, causa para as

encostas de tuas ameaças.

traço vezos de esperança,

mas me afasta o teu desprezo.

Insisto em ficar

onde estejam

os teus cheiros,

os teus beijos,os

de teus ares malfazejos

ou aqueles que escapam

passando esculacho,

deixando-me de moral baixo.

Aguentarei qualquer indiferença,

Tapas de tuas indelicadezas.

Mastigarei, engolirei

cobras e lagartos,

todo silêncio

para não magoar

as tuas valentias.

Puxarei as flechas desferidas

sem soltar o menor ruído de dor.

Quanto mais me atropeles,

me desprezes, abuses,

mais insistirei em ser de teu uso.

Faze açougue de minhas carnes,

de meus disparos de anseios

e não deixarei de ser escudo

para acolher teus açoites.

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 08/07/2020
Reeditado em 27/02/2023
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