INSTANTE DE DELICADEZA INSÓLITA
No mostruário você se mostra
Me expõe aos olhos
Experimenta o que demonstra
Se veste no meu desejo
Em frente ao espelho
A neve sobre a pele escura
Invisto o visto de suas vestes
Peles investidas das vontades
Que voltam, semiescondidas
Afável no inefável véu afetivo
Decotada na moldura suntuosa
Acentuada apertada na cintura
Colante no seu colo cortante.
Deixa eu entrar na sua saia
Vestir o seu corpo de branco
Entrar no seu vestuário íntimo
E ti ver se vestir a tingir o meu ser
Se veste pra mim antes de sair de casa
Se comunica com seu íntimo
Me desperta, provoca, chama
A roupa que ti dei foi carregada de olhar
Eu ti dei uma roupa com os olhos
Deixa eu ver o seus mimos detalhes
Espreitar as cintilas frestas do seu sorriso
Te aprender no invisível sua pintura
O que vestes em seus investimentos
O seu traje seguido sua feminilidade
Eu sou suspeito a vislumbrar seus movimentos
As suas roupas são saídas do seu corpo
Frestas deixando cair sobre o desejo
Instante de delicadeza insólita.
De Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá