A PALAVRA E O SENTIDO

A PALAVRA E O SENTIDO

Como entender uma palavra,
Se ela tem mais de um sentido,
Que me vem como a clava,
E trinca meu crânio ardido?

E qual é mesmo a graça,
Se uso um duplo sentido?
Mesmo quando a praça,
Recebe um praça furtivo.

Pois nada é de graça,
Se grassa o chorume incontido,
Naquela fétida desgraça,
Que escorre sem graça no Nilo.

E os panos cheios de traça,
Ainda servem ao banho altivo,
No Ganges ou "fontana" da praça,
Na Índia ou na Roma em que vivo.

Mesmo que eu não tenha graça,
Se o tempo me grassa ou convida,
Eu declamo meu luto aos 'parças'',
Com poemas e fábulas da vida.

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