Quantas Vezes II
Tem dias em que
As palavras surgem em rabiscos, e
Do céu: estranhas nuvens;
Mas o que importa é a plasticidade
Das coisas desenhadas
Num caderno imaginário do tempo.
O frio, o cobertor e a alma
Alimentam as lembranças
Combinado os sentimento necessário
Para a combustão consumir os sonhos
Em cinzas dentro da lareira.
Quantas vezes a sonoridade
Do raspar das cinzas sobrepuseram-se
Ao espectro colorido das estrelas
Ocultas sob o teto silencioso da sala;
Sabe-se lá quantas vezes?
Talvez o mesmo número de estrelas e
Gotas de chuva caiam sobre as telhas
Tão antigas quanto aos sonhos descobertos
Na poeiras desértica do solo lunar.