FIGURA
paralisada
e inútil,
encaro o amarelo do ato.
Todos se escondem,
Todos sussuram,
Todos se despem,
Enquanto o rei se cobre de joia.
A coroa fulge nos bares, na rua,
E, dentro da casa só sua,
boia.
Meus lábios vermelhos se escondem,
Meu sorrir tão discreto se apaga.
No ar sozinho e tão puro,
Cresce e abraça a ameaça.
Sem decreto, com sucesso,
O dia se abre,
Há de escolher
Entre o viver ou morrer.
No fim do túnel não se vê luz,
Eu a quero e espero,
Por que se esconde entre trevas
Se aqui não as pus?