ENCOSTA
Como um cego aprendi a ler o seu corpo com os dedos
Fui morar com intensidade em suas encostas
Colina dos desfiladeiros ardentes dos teus seios
Agasalhando em seu quarto de persianas.
Deixa flutuar as nossas mãos devagarinho
Ouvir os barulhos oceânicos do seu corpo
Abrindo, encaixado, fulgurando de carinho
Na solidão do sonho tecido em seu dorso.
Buscando suas vertiginosas montanhas
O teu peito para rezar docemente
De concha para perdurar dormente.
De Fernando Henrique Santos Sanches - O Poeta das Almas - Fernando Febá