O VELHO PSICODÉLICO
Ele parecia perdido dentro de si
Caminhava sozinho pela 7 de Setembro
Na sua mochila uma bíblia
E “Uma breve história do Tempo”.
Sua imaginação era um labirinto
Mesmo perdido, parecia livre
Parecia voar em seu esquisito caminhar
Passo a passo a nenhum lugar.
As pessoas diziam que ele era lunático
Ele sempre alimentava os pombos
Com as migalhas de almoço frio
Em sua suja bandeja de plástico.
Sua barba longa branca
Parecia profetizar um caos apocalíptico
O extermínio de toda inteligência humana
Declamado em versos na Feira da Banana.
Ele parecia ferido dentro si,
E numa manhã cinza de Setembro
Seu corpo estava coberto por jornais
O coração Psicodélico já não batia mais.