AINDA
Ainda que me queira bem.
Ainda que me queira sábio.
Ainda que me queira porqueira...
Vivo através de máscaras.
De solda. De soldo. De Zorros.
Demasiadamente isoladas.
Calcificadas em tempos de paz.
Não de carnaval.
Máscaras repelentes.
Sem via dupla.
Máscaras de bandidos santos.
Anti-vírus. Anti-bac térias.
Ainda que me queira vivo,
nada escondo, além de uma boca
e um nariz, por fora.
E um amargo sentir, por dentro.