A AREIA DA AMPULHETA

Corre areia do tempo

consumindo horas.

Passa vida,

devorada pelos dias.

Lição de tempos idos

pessoas não fazem nada.

exibição pública de indiferença,

a madrugada segue lentamente...

Silêncio dos olhos mudos,

luz das almas sondam.

Tontas, cegas, de visão usurpada.

Olhar perdido, infinda madrugada.

Nem agora nem nunca,

jamais estive parado

cansa-me demais,

fico enjoado.

Relógios param dentro de mim,

não troquei a bateria.

Pulsam meus olhos cegos,

já não sei se é noite ou dia.

Lembro então,

das luzes dos postes na rua...

Todas queimadas!

Não tem importância, é curta a estrada.

Não importa mais,

a luz do fim do túnel.

A vida intemporal

se coloca entre nós.

Não adiantam as estrêlas,

perdi de vista o firmamento.

apenas imagino o infinito,

como contá-las sem vê-las.

Dias ladrões de bússolas,

disparam chuvas de setas...

Drágeas vencidas e flor,

mentem para mim, não aplaca a dor.

(O tempo está ao redor honrando seus compromissos...)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 04/05/2020
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