O que esconde o mar
O que esconde o mar
Sou refém de ti,do teu corpo,do teu sexo,
Lábio a lábio numa prece turva,na querência
Da tua língua,da chama lúgrube e do incesto
Do mesmo ardor,do mesmo amor afável,me vou.
De mil dias que passaram de ti,sorrio como antes
Implorei a chama,o gosto do fel,
E imploro as mãos que cessam a mortalha a fio.
Mil dias se passaram,tudo nos sobram
Daquilo que levamos à mão,levamos os sentidos,
A gravata alinhada na queda do reino a que quiz,
Nas feições que sustento,te amo,
Nasci ,fui tua mulher,e no muro,repetido,teu irmão.