ISOLAMENTO

Não quero chamar a palavra,

Eu a quero calada e coberta a um canto.

Deixo-a dormir.

De cansada, ferida e machucada,

Agora quer sonhar um pouco.

Pesadelos podem violar seu descanso,

Mas, menino, aqueço seu quarto,

Construo a penumbra e canto.

Então...

Peço o silêncio,

Ouço o silêncio,

Abraço o silêncio.

Dolorida, a palavra não terá ciúme.

E deixo-a sonhar outras cores,

Como se ela não existisse nesse comum.

E ela me despreza,

Dorme e acorda para o não a posso deixar.

E me enforca.

E não mais a posso usar.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 15/04/2020
Reeditado em 16/04/2020
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