LUGAR QUE SE BEBE A CURA

“As nossas memórias são mais vastas que nós mesmos”

Senti muita dor ao estar queimado.

Ela foi o meu suporte, limpou minhas feridas.

Eu precisava me curar para viajar.

Com ela o meu desejo se organiza.

Queríamos roteiros que aparecessem como um sonho.

Praias escondidas, mergulhar no abismo e encontrar peixes no inaudito.

Ir para um lugar que nunca estivemos.

Eu já vivenciei esse lugar e ti amei muito antes nele em

outras vidas.

Fui sua paixão, sua diferença.

Ti amei também em outros mundos, outras infâncias.

Segurei sua mão na hora de mergulhar.

E apaziguei todos os seus medos ao ti abraçar.

Nos encontramos de uma forma desconhecida, entrando na naqueles mares.

Ela tomou a posição de ser.

A posição do outro cura.

Nadamos há outras plataformas.

Aquela estrada no sol a procura de praias.

Mergulha dentro de mim.

Aumenta-me o sentimento oceânico.

O calor quente, o mar calmo, a aventura do desejo.

As cervejas holandesas, a experiência de ser semelhante.

Confrontado por seus olhos, arquipélago de lagos.

Em praias desertas, espreitas conchas do oceano.

Poesia e destino, lugares e impressões no corpo.

É imprevisível no inesperado sentir.

Eu gosto do inesquecível, do prazer de uma experiência.

Sou caçador de paisagens.

De Fernando Henrique Santos Sanches - O Poeta das Almas - Fernando Febá

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 25/03/2020
Reeditado em 25/03/2020
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