LUGAR QUE SE BEBE A CURA
“As nossas memórias são mais vastas que nós mesmos”
Senti muita dor ao estar queimado.
Ela foi o meu suporte, limpou minhas feridas.
Eu precisava me curar para viajar.
Com ela o meu desejo se organiza.
Queríamos roteiros que aparecessem como um sonho.
Praias escondidas, mergulhar no abismo e encontrar peixes no inaudito.
Ir para um lugar que nunca estivemos.
Eu já vivenciei esse lugar e ti amei muito antes nele em
outras vidas.
Fui sua paixão, sua diferença.
Ti amei também em outros mundos, outras infâncias.
Segurei sua mão na hora de mergulhar.
E apaziguei todos os seus medos ao ti abraçar.
Nos encontramos de uma forma desconhecida, entrando na naqueles mares.
Ela tomou a posição de ser.
A posição do outro cura.
Nadamos há outras plataformas.
Aquela estrada no sol a procura de praias.
Mergulha dentro de mim.
Aumenta-me o sentimento oceânico.
O calor quente, o mar calmo, a aventura do desejo.
As cervejas holandesas, a experiência de ser semelhante.
Confrontado por seus olhos, arquipélago de lagos.
Em praias desertas, espreitas conchas do oceano.
Poesia e destino, lugares e impressões no corpo.
É imprevisível no inesperado sentir.
Eu gosto do inesquecível, do prazer de uma experiência.
Sou caçador de paisagens.
De Fernando Henrique Santos Sanches - O Poeta das Almas - Fernando Febá