ABANDONO
Ajoelho sobre pedras,
Abaixo a cabeça até a areia,
Canto baixo e canto farto
De toda e qualquer penitência.
O que devo? O que descumpri?
A regra muda a cada hora,
Falsa estrada não teci.
Fui porção nula nessa terra
Que movediça só erra.
Quero o fundo,
O fim da vala,
Quero o espaço
Isolado, vazio,
Que em si se fecha,
Que, abraçado,
nada fala.
Então voo alto ,
Enfim voo, peito aberto,
por sobre todo o deserto!