Violão

Amanheci no mesmo tom

Que o céu nublado,

Como ele tingi minha alma

Nesse cinza pálido,

Meu timbre peculiar

Tá desafinado,

Dentro de mim

Um colapso.

Só quero sacar qual é dos passos

Que o bumbo do meu peito faz,

Meu espírito ficou escasso

Nesse caminho perfaz,

Só quero um espaço

Pra me deslumbrar da mais pequena paz.

Tudo que encontro são seis cordas

Que dedilham tranquilidade

Toda vez que minha alma acorda

Naquela indisponibilidade.

Reflito

Se sou eu que toco o violão

Ou ele que toca meu espírito.

Me traz vigor

Compreende minha dor,

Sintoniza minha alma

Deixa ela sempre mais calma.

O Sol do céu se escondeu

E no violão eu o encontro,

Faço um ritmo só meu

Espantando todo assombro.

A Dó que o céu acordou

Me despertou,

Porém a que dedilho no violão

Desacelerou meu coração.

O sol pode estar Lá,

Porém distante.

Só que no violão tão perto

A qual toco numa constante.

"Si" for pra sentir solidão,

Meu violão

Da aquele timbre que me toca assim,

Dando um sabor de sorriso

Que me deixa afim,

O céu quis me fazer da Ré

Nesse caminho que venho,

Só que quando mais perto das cordas que eu tenho,

Mais tenho fé

Para persistir

Até o fim.

"Mi" encontrei no vácuo desse dia

Com fome de alegria,

Que só me saciei

Quando me empolguei

No reggae que encontrei.

Não existe dia ruim

Mesmo que me sinta assim,

Pois sei que com um violão do lado

Tudo que pareça que não satisfaz,

Se desfaz

Quando nele eu tenho um Fá.

Ricardo Palermo
Enviado por Ricardo Palermo em 05/02/2020
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