APESAR DA MÁGOA

Outra vez me consolo em meu ombro ao espelho,

Novamente me calo dos planos que fiz;

Fui feliz, mas é hora de pedir a conta;

De ficar no vermelho de minha emoção...

Meu vazio se arvora, ironiza o que sinto,

Resolveu se vingar pela minha demora,

Põe o seu absinto em meus lábios sedentos

Sob o rosto que chora saudade sem trégua...

É chegado o momento, o juízo final,

Foi amor de passagem, fanal de fachada,

Uma história marcada para ter tal fim...

Mesmo assim fui feliz e ninguém rouba o quanto,

Nisso está o contragolpe de minha tristeza;

Mora o meu acalanto, apesar desta mágoa...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 08/10/2007
Código do texto: T685815
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