A impossibilitade
Eu não sou nada
Nem mesmo uma sombra,
Nem a sombra de uma sombra...
Eu não sou nada,
Nem o silêncio,
Nem a ausência de sons,
Nem a ausência da ausência
Da ausência...
Eu não sou nada,
Nem a mais distante lembrança,
Nem aquilo de que não podemos lembrar
Eu nao sou nada
Nem aquele que não foi pronunciado,
Nem aquele de quem ninguém sabe o nome...
Eu não sou nada,
Nem o amargor do amigo desprezado no amor
pela mais reles das criaturas!
Nada!
Eu não nada!
Nada, em todo seu vazio
Ou em todo o seu cheio!