Sala de espelhos
Abra seu olhos para o céu azul
e mire aquilo que havia apagado
a causa antiga, concreta, primária
de nó e garganta
de ti abafada
É a mesma cadeia que pulsa
no solo, na nuvem, no sangue, na pele
em ti e no outro, nas células, nos cardumes
estranhamente familiar
é a esperança que brilha por trás das estrelas
e a proeminência das pedras na correnteza do mar
Mas contra aquilo que eu quero dizer
a mesa julgadora já se reúne
pias cheias extravasam
dedos, culpas e costumes
O passo fora da hora
denuncia o batalhão.
E para aqueles que gostam de voar,
é muito pesado o chão.
Sapatos apertados prendem passarinhos,
o medo incomoda o ar...
mas imagine se eles soubessem!
Então encha suas mãos de amor
e se vá.