O que, meu bem, eu sou
Nem as fulgurantes legendárias luas de saturno vão supor
O que, meu bem, eu sou
Está entre mim e você
Nas células intrincadas da humana criação
No tecido do céu costurado nas pétalas, nas ervas, na pele e na dor
que pariu o produto deste ato falho – um beijo
escondido entre as loucas vertigens uterinas de um velho cantador...
Coxas e veredas,
gargantas e veias,
quem sou...
Meu caminho é refém
Do aço frio das molduras
Onde tento deslizar meu tato
E resistir
Ao movimento de completa inconstância que teima em insistir e separar me de mim
Que voei
Ameaçando os pilares básicos da minha própria construção.
Sendo assim
Quem você ousa dizer que eu sou
Se um animal ferido na noite é volátil e caça com um olho só
que restou
O que meu bem eu sou...