O AUTÔMATO SEM DEMANDAS
Máquinas não expressão os seus sentimentos
Não colocam palavras onde sentem dor
Não tomam uma coisa como se ela fosse outra
As máquinas sonham impondo suas velocidades
Sem conhecer o tempo de se contarem
Não invocam ou se implicam.
Máquinas não fazem furo
Não apelam ao impresso
E não se reconhecem no incômodo.
Máquinas não são marcadas pela falta
Não criam defesas onde não podem ver
Não conhecem o impasse entre o prazer e a dor.
Máquinas não se implicam no sofrimento
São imóveis no limite do laço
E não conhecem a chuva no tempo certo.
Máquinas não fazem demandas
Elas não fazem amor
Estão programadas na imitação.
De Fernando Henrique Santos Sanches - O Poeta das Almas - Fernando Febá