O AUTÔMATO SEM DEMANDAS

Máquinas não expressão os seus sentimentos

Não colocam palavras onde sentem dor

Não tomam uma coisa como se ela fosse outra

As máquinas sonham impondo suas velocidades

Sem conhecer o tempo de se contarem

Não invocam ou se implicam.

Máquinas não fazem furo

Não apelam ao impresso

E não se reconhecem no incômodo.

Máquinas não são marcadas pela falta

Não criam defesas onde não podem ver

Não conhecem o impasse entre o prazer e a dor.

Máquinas não se implicam no sofrimento

São imóveis no limite do laço

E não conhecem a chuva no tempo certo.

Máquinas não fazem demandas

Elas não fazem amor

Estão programadas na imitação.

De Fernando Henrique Santos Sanches - O Poeta das Almas - Fernando Febá

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 10/11/2019
Reeditado em 05/06/2020
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