PEDIDO ACATADO (Só fiz porque ele falou com jeito!)
Eu estava no meu canto calado
Quando surgiu um cara folgado
Falando de um jeito atropelado
E um papo para lá de invocado
.
Fazendo um pedido abusado
E a meu ver, despropositado
Parecia estar tão embriagado
Ou então estava bem drogado
Acho que fumou um baseado.
.
Ele com um olhar atravessado
Me encarava para todo o lado
E insistia demais, um bocado
Ele não se dava por derrotado
.
Sabe o que queria, o coitado!?
Como se não fosse atarefado
E vivendo tão sobrecarregado
Ele, com cara de "zé malvado"
E um tom de voz endiabrado
Me mandou logo um recado
Inteiramente de-sa-fo-ra-do!
.
Ou fazia o poema todo rimado
Ou então eu seria assassinado
E depois sepultado ou cremado
.
Eu que andava tão chateado
Quis enfrentar o cabra safado
E dizer um "não" bem negado
E depois de tudo concretizado
Voltar pra meu verso rasgado
.
Aí eu soube pelo meu cunhado:
Ele era matador juramentado
E que andava sempre armado
E que com trabalho atrasado
Queria matar um desavisado
.
Bem, nesse caso já retratado
Como o pedido foi educado
Eu fui cumprir o conversado
E fazer o que foi combinado
É melhor um poeta vivo e acordado
Que um valentão de verso inacabado.
.
E então, eu estou certo ou errado!?
.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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