PEDIDO ACATADO (Só fiz porque ele falou com jeito!)

Eu estava no meu canto calado

Quando surgiu um cara folgado

Falando de um jeito atropelado

E um papo para lá de invocado

.

Fazendo um pedido abusado

E a meu ver, despropositado

Parecia estar tão embriagado

Ou então estava bem drogado

Acho que fumou um baseado.

.

Ele com um olhar atravessado

Me encarava para todo o lado

E insistia demais, um bocado

Ele não se dava por derrotado

.

Sabe o que queria, o coitado!?

Como se não fosse atarefado

E vivendo tão sobrecarregado

Ele, com cara de "zé malvado"

E um tom de voz endiabrado

Me mandou logo um recado

Inteiramente de-sa-fo-ra-do!

.

Ou fazia o poema todo rimado

Ou então eu seria assassinado

E depois sepultado ou cremado

.

Eu que andava tão chateado

Quis enfrentar o cabra safado

E dizer um "não" bem negado

E depois de tudo concretizado

Voltar pra meu verso rasgado

.

Aí eu soube pelo meu cunhado:

Ele era matador juramentado

E que andava sempre armado

E que com trabalho atrasado

Queria matar um desavisado

.

Bem, nesse caso já retratado

Como o pedido foi educado

Eu fui cumprir o conversado

E fazer o que foi combinado

É melhor um poeta vivo e acordado

Que um valentão de verso inacabado.

.

E então, eu estou certo ou errado!?

.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 06/11/2019
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