Aprender a deixar

Você me fala de enlouquecimento,

Que talvez eu perca a fé

Ou até mesmo me esqueça sentido da vida.

E, que teme por si, por si.

Você teme por si devido a possibilidade de eu me embrutecer e até te perseguir como maníaco...

Mas eu gosto de ficar quieto,

De imaginar por onde andou qualquer coisa que me chega,

Uma folha que o vento traz, de que árvore se soltou?

Fica muito longe?

Por que neste momento se configurou junto a minha consciência e formou essa reflexão?

E são essas coisas que me tomam,

Sou lembranças

Sou lembranças de sonhos que jamais se realizam,

De diálogos onde eu digo tudo, onde ouço tudo,

Onde tudo se explica e tudo se compreende,

Diálogos que jamais existiram...

Eu não vou chorar,

Nem implorar para que não me deixe...

Tudo na vida é deixar,

Este momento ficou para trás,

Impossível revive-lo.

Assim também é o primeiro beijo,

A primeira promessa e o primeiro medo...

Também com os amigos que ficaram para traz,

Com nós mesmos, todo dia é um nós novo que recebe o amanhecer.

Então,

Deixar, aprender a deixar é a habilidade máxima da vida.

E eu posso dizer que a aprendi.

E por isso eu deixo que se vá tudo aquilo que chegar em mim,

Porque eu mesmo sou um que chega e que parte...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 29/10/2019
Reeditado em 03/03/2023
Código do texto: T6782128
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