Aprender a deixar
Você me fala de enlouquecimento,
Que talvez eu perca a fé
Ou até mesmo me esqueça sentido da vida.
E, que teme por si, por si.
Você teme por si devido a possibilidade de eu me embrutecer e até te perseguir como maníaco...
Mas eu gosto de ficar quieto,
De imaginar por onde andou qualquer coisa que me chega,
Uma folha que o vento traz, de que árvore se soltou?
Fica muito longe?
Por que neste momento se configurou junto a minha consciência e formou essa reflexão?
E são essas coisas que me tomam,
Sou lembranças
Sou lembranças de sonhos que jamais se realizam,
De diálogos onde eu digo tudo, onde ouço tudo,
Onde tudo se explica e tudo se compreende,
Diálogos que jamais existiram...
Eu não vou chorar,
Nem implorar para que não me deixe...
Tudo na vida é deixar,
Este momento ficou para trás,
Impossível revive-lo.
Assim também é o primeiro beijo,
A primeira promessa e o primeiro medo...
Também com os amigos que ficaram para traz,
Com nós mesmos, todo dia é um nós novo que recebe o amanhecer.
Então,
Deixar, aprender a deixar é a habilidade máxima da vida.
E eu posso dizer que a aprendi.
E por isso eu deixo que se vá tudo aquilo que chegar em mim,
Porque eu mesmo sou um que chega e que parte...