DESPALAVRA
Nada a dizer
ou
Não sei o que cantar.
Agora me comove
Apenas a lua crua descendo
Sobre a sua rua nua.
U e A!
E não sei o que falar, escrever ou chorar.
Não há lobos uivando,
Nem nuvens negras riscando meu pensar.
No ar sozinha brilha como vela
A bela forma da estela.
Pequena
minha alma terrena,
exígua minha vontade sem pena,
Por aqui e por lá,
A dúvida persistente,
Que evita estar contente.
Por ser sozinha e helena,
Alterei a minha volta
E que seja a única porta
O caminho de desencontro,
Nas pegadas da noite em cena.