PREFIRO A POESIA DOS LOUCOS

Não quero a poesia dos sãos.

Nem a dos santos. Nem a das santas

senhorinhas de plantão.

Menos ainda a dos fardões.

E dos bundões amedalhados.

Desconjuro o falar de rotos nobres.

Prefiro a poesia dos loucos.

Doidos varridos, aspirados,

lavados com cloro puro.

Aquela poesia que dizendo

nada com nada, diz tudo.

Que morde e não assopra.

Que tange, fere e extasia.

Que veste camisa de força...

mas é a própria liberdade.

Pois eis que a vida é muito louca.

E poeta que se preze não negocia

nem lógica, nem alegria, nem lucidez...

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 19/08/2019
Código do texto: T6724391
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