PARAÍBA ( 434 anos )
I
Cheguei com o vento;
Nasci em cantos mil...
Transformei-me com o tempo;
O sol do meu Brasil...
E o sol me vestiu de luz;
A lua me traduziu;
E me iluminou em poesia...[
E assim eu surgi.
II
Sou o soneto que em prosa, rima...
Sobre os rios Jaguaribe e Sanhauá;
As estrelas cantam meu cantar;
Sou o balanço do mar;
Com barquinhos à beira da prainha;
Sou as águas das lagos;
O verde das florestas;
A mata virgem que se esconde;
E renasce com encanto;
Em cada canto da cidade, o enamorar...
III
Sou o caju, a manga, o abacaxi e o limão...
Sou terra, chuva, lua de verão;
Puser do sol em tardes...
Verão o ano todo;
Inverno por um pouco;
Primavera em leque;
Outono como rubi;
Colorida em flores;
Abano refrescante para sonhar...
IV
Ah! pequenina morena;
Infante! Velhote! Adulto! Criança!
Sou cidade verde;
Eterno Esplendor;
Raios da Paraíba;
Sou de encantos mil;
Mágica para vós;
Que fulguras na terra amada;
Do povo do meu Brasil;
Com o extremo oriente;
Abraço toda gente.
V
Sou beleza sem igual;
Para nós: " Eterna Magia!"
Para vós: "Amada Magia!"
Que podes se achegar;
Sem acabrunha-se.
VI
Já fui Filipeia...
Nossa Senhora das Neves!
Lá nos tempos idos do império;
Depois, Frederikstad;
Como minha irmã Mauritsstadt;
No período da Nova Holanda;
Não esquecida pela história;
Paraíba do Norte;
Fui Tapajaras, Ariús, Cariris...
João Pessoa sou;
Sertanejo, brejeiro, estrangeiro...
VI
Hoje, sou menina moça;
Paraíba, Mulher Macho!
Sou um colosso do Céu...
Uma estrada que perpassa;
Seixas, Tambaú, Cabo Branco...
Agreste! Brejo! Sertões!
VII
Os mares que me vislumbram;
Deram-me o Verde que me aquece;
Pela flores que me perfumam;
Como os pássaros silvestres...
Sou um lugar ensolarado;
No torrente Nordeste;
Das terras do meu país;
Que sempre figuras na minha lida;
No universo dos bravos vultos;
Que pela a luz conquistam;
O meu simples refrão: "Paraíba."
VIII
Pelos índios, negros, ciganos...
Árabes e judeus, marranos e sefarditas;
Forró, chochado e baião...
Danço e trabalho o ano inteiro;
Tornei-me uma cidade em cidades;
Povos do meu Brasil, irmãos paraíbas;
Que faz-se legado nas vertentes;
Em cada terra, areia em grãos...
Crescente nós somos unidos;
Desde do começo até o princípio do agora;
Abraçando e vivenciando mártires;
Ilustres paraibanos que não nos esquecemos;
Vidas de luz que se reconstrói;
Nas terras que produz o cantar das palavras;
Nas letras dos que navegam;
Voam embando para o azul de anil;
E com o balanço das árvores somos o retrato do Brasil;
Nas imagens declamadas em ritmos sem igual;
De uma America sem igual;
És Paraíba Amada!
És um recando do meu Brasil.