À ESPERA DE FLORBELA ESPANCA

I

Hoje eu quero amar;

Doar-me por inteiro;

Nunca pedir perdão;

Por amar o dia inteiro.

II

Posso hoje pensar...

Dizer palavrar de amor;

Renascer com o amar;

Pela noite inteira recordar.

III

Quem diz que nunca amou?

É porque mente!

Está ausente, não encantado...

E, chora, no amargor silente...

Na boca quente.

IV

Eu estou encondado;

Com a lua que me veste;

Cúmplice da aurora boreal...

Das noites apaixonantes;

Que tanto aflora em mente;

Diz-me ser um presente;

Onde os amantes se acasalam;

Para um novo amanhecer em ninho.

V

Quero então viver no esplendor d'alma;

Da aurora cândida do meu espírito;

Os momentos que me faz presente.

No lúdico ser, por viver na alvorada;

Num asfalto de perolado, viver!

Com o entardecer que se apaixona;

E derrama em mim, o brilho da paixão;

Razão do sempre viver...

Nas vitrines do coração;

Um arco-íris sobre o meu corpo;

De mar, iluminado em raios...

De luares oníricos; mítico e misto!

VI

A lua falou-me hoje;

Das estrelas que nasceriam;

Declamariam um poema;

Singelo, cantarolado em versos;

Nas prosas que andariam...

Pelo meu corpo de jasmim

Perfumando as madrugadas;

À espera de mim...

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 18/07/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6698526
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