SEM DÓ
Por ora contenho meus ais!
Que se escondam sob as cobertas,
que fujam do frio, do ar raso do rio,
Mas mantenham as asas abertas!
Fugir dos olhos do outro,
do pegar de mãos avessas,
Da gordura excessiva
Que atravessa a rua deserta.
Que descansem em silêncio,
Ou quase em fino murmúrio,
Costurando em fios a alma,
Ardendo em chamas,desperta.
Quero a dor e quero a dor,
Mas que só sejam as minhas
Estrada, árvore e vertente,
Uma dor que dói sozinha.
E outra que me torne contente.
Nada em mim tem forma e cor,
Tudo caminha sem temer,
Pela estrada que só mente.