O quintal era ela
As palavras carpem.as pedras carpem,
As coisas todas carpem,e não há alma de colher
Sementes dela,e não há avenidas,
Nem papéis de versos,de episódios,
Ou sítio no coração;Ela é toda graça,
E me declino de poeta só pra vê-la dançar;
Uma essência tal,que se abana só dela!!
Por ela ,saias de chita,panos de flores,cambraias;
Sem perdas ou eiras comovidas e lagares esquecidos dela!
Renasce nos pomares romãns,e tem sabugueiro lá,nela,dela;
Têm ipês rosas e amarelo,a tez dela ,moreno-canela!
E as palavras carpem,perdem a pressa que têm por ela,
E meus olhos sorriem dela!!
Um mosto,e de boa uva,faz o lagar sozinha;
A descobrir-me de amor todo dela,
Nessa altura de morro ela me leva,
E a sentença prévia,mais que a vida,habitá-la;
Minha morena,nem sabia que cá dentro,
As coisas carpidas se esvoaçavam de mim;
Poeta,olha,olha os olhos dela,a total explicação da vida;
E a simpicidade de sê-la vinha,
Será sempre meu quintal de casa!!